Além de conhecer a cultura dos Pataxó Hã-hã-hãe, visitantes da aldeia indígena que fica em Paraty, Rio de Janeiro, podem usufruir de trilhas, uma linda cachoeira em meio à mata preservada e uma praia praticamente deserta! O nome da aldeia, “Iriri Kãnã Pataxi Üi Tanara”, que significa “Minha aldeia é a natureza”, espelha o trabalho de proteção e preservação do Meio Ambiente cultuado pelo grupo.
Assim, mudas de árvores nativas foram plantadas na mata, de onde retiram sementes e fibras para a confecção de artesanato, como colares, pulseiras, cocares, cestas e até arco e flecha. Eis que, justamente no dia da nossa visita celebravam três anos da aldeia. Eles chegaram ao estado do Rio de Janeiro há quatorze anos, vindos do litoral sul da Bahia, lugar de origem dos Pataxó.

Então, dispersados nas áreas urbanas do litoral fluminense, o grupo com aproximadamente cem Pataxó Hãhãhãe conseguiu se reagrupar na terra ocupada em Paraty. Apohinã Pataxó, liderança da aldeia que nos recebeu, disse que eles entendem aquelas terras como “o lugar reservado pelos ancestrais para a preservação do seu povo”. Mas a reivindicação de posse da área está em estudo na Funai (Fundação Nacional do Índio).
Cachoeira, rio e praia em aldeia indígena de Paraty

Fato é que esse lugar, conhecido como Iriri, é mesmo especial! Então, cortado pela Estrada Rio-Santos, de uma lado está uma belíssima cachoeira cercada de mata nativa. Enquanto do outro lado tem uma praia paradisíaca, onde deságua um rio de água limpa e dourada, com a Serra do Mar a refletir sobre as águas.
Apohinã diz que “todos os turistas são bem-vindos”. Só que do lado da aldeia onde está a cachoeira não é permitido ingerir bebida alcoólica nem fazer fogueira. Isso é necessário para preservar a mata e as nascentes de água.
Já na Praia, essas atividades são permitidas. Então eles mesmos colocam bebidas à venda, aos fins de semana e feriados. As visitas podem ser feitas todos os dias da semana, das 8h às 17h.
Quando estivemos lá, a única contribuição requerida pela aldeia aos visitantes era pelo estacionamento de veículos. Mas também é possível comprar artesanato produzido pelos membros da aldeia, no lado da cachoeira.

Durante a nossa visita, uma turista pediu a Apohinã a aplicação de rapé para o descongestionamento das vias aéreas superiores. A aplicação de rapé pelas narinas, tradição indígena que utiliza pós à base de produtos naturais, pode ter diversos fins medicinais, conforme a necessidade da pessoa.
Os Pataxó Hãhãhãe também se preparam para receber turistas que queiram passar uma ou mais noites na aldeia, em barracas ou redes de dormir, mediante uma contribuição financeira, a combinar.
Se planeja viajar a Paraty para visitar a aldeia e outros locais, pode contar com os serviços da nossa agência, a Embarque40Mais Viagens.
Como visitar a aldeia dos Pataxó Hãhãhãe em Paraty:
Onde fica: Rodovia Rio-Santos (BR 101), a 30 km de Paraty sentido Rio de Janeiro. Há placas de sinalização das entradas: à direita para a cachoeira e à esquerda para a praia. Essa foto do Google Maps vai te ajudar a identificar a entrada.
Quando ir: Todos os dias, das 8h às 17h, mas é aconselhável combinar a visita com uma das lideranças. Contato: Página da Aldeia no Facebook.
Quanto custa: R$ 10 por veículo pelo estacionamento (na época da nossa visita). Outros itens, como alimentação, bebidas e artesanato, a combinar.
Mas se quer saber mais sobre Paraty, publiquei outros três posts sobre minha viagem a cidade, que obteve recentemente o título de Patrimônio Mundial pela Unesco. Em um deles, relato outras experiências, com dicas completas sobre o que fazer em Paraty.
Referências:
- Texto autoral e fotos de Michele da Costa e Wilson Lima/Embarque40Mais: todos os direitos reservados.
- A viagem do Embarque40Mais a Paraty aconteceu entre 15 e 19 de Maio de 2019.
Amei o post… Preservar é termos um futuro….Obrigado por compartilhar!
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Com certeza, Felipe! Precisamos urgentemente ter essa consciência coletiva de preservação ambiental e os indígenas têm muito a nos ensinar, pois têm isso como essência. Fico feliz que tenha gostado do post sobre essa aldeia de Paraty que recebe turistas. Volte sempre! Abraço.
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Caramba! Não conhecia esse passeio em Paraty! Que interessante e diferente poder ver uma aldeia indígena autêntica. Legal saber que é bom agendar previamente a visita.
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Que máximo essa visita! Já conheci uma aldeia em Bertioga e foi uma experiência fantástica pra mim e para meus filhos. Anotei aqui para irmos conhecer essa aldeia em Paraty.
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Que joia, Cintia! Fico contente em colaborar! Paraty tem outras aldeias e comunidades tradicionais, mas fiz questão de visitar essa por conta das belezas naturais do lugar.. um verdadeiro paraíso!
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Nossa que incrível, não sabia que tinha uma aldeia pataxó em Paraty. Faz horas que quero conhecer Paraty, depois deste post fiquei com mais vontade ainda!
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Pois então, vá, Suriàn! Paraty é um destino incrível e essa aldeia é uma entre tantas coisas belíssimas que temos para conhecer lá. Um abraço!
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Puxa, 100 indivíduos de uma mesma tribo que conseguiram se reunir num só espaço para viver, isso não devia passar despercebido. Vamos torcer para que ganhem o direito à terra onde se estabeleceram.
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Com certeza, Marcia! Além dos povos originários terem esse direito à terra, eles cuidam como ninguém de preservar o meio ambiente! Visite, quando puder! Bjs
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