Muito além da CoronaVac: Visita ao Butantan permite conhecer a história de mais de 120 anos da instituição na produção de soros e vacinas que salvam vidas. Roteiro inclui três museus, macacário, serpentário, reptilário e um parque com remanescentes da Mata Atlântica. Saiba como e quando visitar!
Nunca se falou tanto do Butantan quanto agora, com a criação da vacina CoronaVac pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto paulista. Mas o Butantan já tem 120 anos de história no desenvolvimento e produção de vacinas e soros, distribuídos gratuitamente em todo o Brasil.
Então, a data oficial de fundação do Butantan é Fevereiro de 1901, com a criação do Instituto Serumtherápico, sua primeira denominação. Mas essa história, que é possível conhecer em visita ao Butantan, começa em 1899. Foi quando foram feitas as primeiras instalações do Instituto na Fazenda Butantan, zona oeste de São Paulo.
O objetivo do governo estadual era começar a produzir no Brasil o soro para combater a peste bubônica. A doença, trazida por navios vindos da Europa, se espalhava rapidamente a partir do porto de Santos.
Assim, a técnica utilizada pelo Butantan foi a criada pelo italiano Camillo Terni, do Instituto de Messina. Terni, por sua vez, tinha se baseado na vacina desenvolvida pelo médico russo Waldemar Haffkines.
Principais contribuições do Butantan com soros e vacinas
Logo em seguida, o Butantan começou a produzir também soros usados para tratar pessoas picadas por cobras e serpentes.
A comprovação da necessidade de um soro específico para cada tipo de veneno é uma das principais contribuições de Vital Brazil para a ciência. O médico Vital Brazil Mineiro da Campanha foi o primeiro diretor do Butantan.
Em 120 anos, foram muitas as contribuições do Butantan no desenvolvimento ou produção de soros e vacinas, que evitam doenças e salvam vidas. Entre elas estão o soro Antitetânico (1915), a vacina contra Meningite Bacteriana e o soro Anti meningocócico (1920).
Além disso, tem as vacinas contra Hanseníase (1922), Tuberculose (BCG, 1926), Influenza (1948), Antirrábica (1949), Febre Amarela (1953), Poliomielite (1962), Sarampo (1972), Hepatite B (1999), HPV (2013), Covid-19 (2021) e tantas outras. Vale mencionar também a vacina contra a Dengue, em desenvolvimento desde 2016.
Tal a importância do instituto paulista, que já recebeu as visitas de Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos da América (1913), e do Príncipe Charles (1978). Também foi capa da revista Times em 1929. É possível conferir todas as conquistas e principais acontecimentos históricos na Linha do Tempo do Butantan.
Parque e museus abertos para visita no Butantan
Ao longo do tempo, o Instituto Butantan também criou museus, parques e outras estruturas que merecem uma visita. O Instituto ocupa uma área total de 750 mil metros quadrados, chamada de Parque. Isso porque 60% dessa área possui cobertura vegetal, com fragmentos da Mata Atlântica.
No Parque do Butantan, os visitantes podem observar remanescentes da fauna e da flora em seu habitat natural. Algumas árvores do Parque são consideradas históricas, pois são tão antigas quanto o Instituto.
Mas há também as que são consideradas raras e algumas espécies ameaçadas de extinção. É possível ver cedros-rosa, jatobás e angicos-vermelhos, entre outras. O Parque abre todos os dias, das 7h às 18h. Fica na Avenida Vital Brasil, 1500. Mais informações pelo telefone (11) 2627-9300.
A entrada ao Parque do Instituto Butantan é gratuita, mas para visitar os museus Histórico, Biológico e de Microbiologia é cobrado um único ingresso.
Assim, adultos pagam R $6 e crianças de 8 a 12 anos e estudantes pagam R $2,50. Crianças até 7 anos, adultos com idade a partir de 60 anos e pessoas com deficiência não pagam ingresso.
A bilheteria fica na Rua Henrique da Rocha Lima, em frente ao Museu Biológico. Vale dizer que não são aceitos cartões de débito e crédito para pagamento de ingresso.
Visita ao Butantan para ver museus e prédios históricos
Então, no Museu Biológico, os visitantes podem ver serpentes, aranhas, escorpiões, lagartos, peixes e insetos em recintos que recriam seus habitats naturais. O objetivo é mostrar que muitos destes animais, considerados “assustadores” ou “nojentos”, são importantes para os ecossistemas.
O Biológico foi o primeiro museu criado pelo Instituto Butantan. Fica na antiga cocheira de imunização, construída na década de 1920. No mesmo prédio também está o Museu de Microbiologia, inaugurado em 2002.
A ideia do novo museu é ilustrar as bases da Imuno e da Microbiologia e revelar o que são os chamados “germes” ou micróbios. À mostra, microscópios, animações, modelos tridimensionais de microrganismos e bustos de renomados cientistas. Os museus ficam na Rua Emílio Ribas e funcionam de terça a domingo, das 9h às 16h45.
Museu Histórico do Butantan ocupa laboratório de Vital Brazil
Já o Museu Histórico do Butantan não poderia estar em outro prédio, senão onde funcionou o laboratório usado por Vital Brazil para desenvolver suas primeiras pesquisas. Foi criado em 1981 para promover a pesquisa, a preservação e a divulgação da história da ciência e da saúde, especialmente a do Butantan.
No local, que foi uma antiga cocheira adaptada para laboratório, piso e parede são originais. Além disso, instrumentos científicos, equipamentos, móveis e outros objetos de diversas áreas do Instituto.
Também tem o Mulheres na Trilha da Ciência, que nos conta sobre algumas pesquisadoras e educadoras do Butantan. O objetivo da Mostra é retratar a importância delas para a história da saúde pública brasileira.
O Museu Histórico do Butantan fica na Rua Emil Bon Behring. Funciona de terça a domingo, das 9h às 16h45.
Há ainda o Museu de Saúde Pública Emílio Ribas, no bairro Bom Retiro, mas está fechado para reforma. Fica no prédio que abrigou o antigo Desinfectório Central. Foi construído em 1893 e reconhecido como patrimônio cultural de São Paulo.
Veja colônia de macacos indianos em visita ao Butantan
Em visita ao Instituto Butantan, também podemos ver um macacário, um serpentário e um reptilário. Estes espaços abrigam animais utilizados nas pesquisas e produção de soros e vacinas.
Os animais do macacário integram uma colônia de macacos Rhesus, mantida pelo Instituto desde 1929. Os primeiros animais da colônia foram trazidos da Índia para pesquisas sobre a febre amarela.
No espaço, com 236 metros quadrados, há vegetação e rochas parecidas com as encontradas na Índia. É a única colônia de Rhesus do Brasil aberta à visitação pública.
O macacário do Butantan fica na Rua Rudolph Virchow. Aberto de segunda a domingo, das 9h às 16h45.
Serpentário e reptilário abertos a visitas no Butantan
No serpentário do Butantan o visitante pode ver serpentes da fauna brasileira em um ambiente semelhante ao habitat natural. Foi inaugurado em 1914 para o desenvolvimento de pesquisas sobre biodiversidade e conservação.
O serpentário do Butantan fica na Rua Rudolph Virchow. Abre de segunda a domingo, das 7h às 18h. Mais informações pelo telefone (11) 2627- 9811.
No reptilário, o visitante pode observar répteis. O espaço é dedicado a pesquisa sobre biodiversidade, biologia e conservação. Fica na Rua Henrique Rocha Lima. Aberto de segunda a domingo, das 7h às 18h.
Para obter mais informações sobre as atrações do Butantan, telefone para (11) 2627-9452. Em tempos restrições devido à pandemia de Covid-19, é aconselhável consultar sobre o funcionamento antes de ir.
Em São Paulo, você também pode gostar de visitar o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Em nossa publicação, saiba sobre a história, o que pode ver e como obter entrada gratuita no MASP.
Referências
Texto redigido pela jornalista Michele da Costa, com informações e imagens disponíveis no site oficial do Butantan em 19/02/2021.
Excelente explanação sobre o Butantan ,seus fundadores e grandes cientistas que tantos benefícios trouxeram à Saude Pública no Brasil !!
CurtirCurtir
Oi Consuelo! Muito obrigado! Fico contente que tenha gostado dessa nossa publicação sobre a visita ao Butantan. É mesmo um patrimônio histórico com legado importantíssimo para o povo brasileiro. Volte sempre! Um abraço.
CurtirCurtir