Coronavírus e viagens de avião: Saiba quais medidas o setor aéreo já adotou para reduzir os riscos de transmissão e dar mais segurança aos passageiros, tripulantes e funcionários.
E agora, quando será seguro viajar novamente? Viajando de avião corro mais risco de ser contaminado? É o que todo mundo que gosta de viajar tem se perguntado desde que o novo coronavírus se espalhou rapidamente pelo mundo, causando essa pandemia de Covid-19.
Então, como toda viagem começa com o embarque, decidi trazer primeiro respostas sobre as mudanças nas condições de segurança sanitária para viagens de avião.
Também porque nesta semana a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) divulgou novas medidas que devem ser adotadas em aeroportos e aviões. O objetivo é reduzir riscos de contágio por coronavírus em viagens de avião.
As medidas foram publicadas como protocolo (nota técnica) da Anvisa, que é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Essas agências, ANAC e Anvisa, são órgãos do governo federal.
Nesta publicação, focamos nas Cias aéreas, mas temos outra sobre as medidas adotadas nos aeroportos brasileiros, com detalhes em Guarulhos e Viracopos (SP).
Máscara obrigatória para reduzir contágio de coronavírus em viagens de avião

Em 11 de Maio, as principais companhias aéreas nacionais e internacionais já tinham adotado a exigência do uso de máscara pelos passageiros. Então, agora isso também está previsto no protocolo da Anvisa.
Ou seja, ninguém mais poderá entrar em um aeroporto nem embarcar em uma aeronave se não estiver usando proteção facial, que pode ser a máscara caseira de tecido indicada pela Anvisa, desde que cubra completamente a boca e o nariz.
Essa máscara caseira é aquela que já vem sendo indicada para quando as pessoas precisam sair de casa durante o isolamento social.
Lembrando que a máscara deve ser trocada a cada três horas ou sempre que estiver úmida, por isso é fundamental ter em quantidade suficiente para todo o período de embarque, voo e desembarque.
É importante destacar que essas máscaras faciais caseiras (entre outras de uso não profissional) não devem ser utilizadas por:
- Profissionais de saúde durante atuação, pacientes contaminados ou com suspeita (com sintomas);
- Pessoas que cuidam de pacientes contaminados;
- Crianças menores de 2 anos;
- Pessoas com problemas respiratórios ou inconscientes, incapacitadas ou incapazes de remover a máscara sozinhas;
- Outras pessoas com contraindicação aferida por profissional de saúde.
EPIs para trabalhadores do setor aéreo

Já os trabalhadores e servidores públicos do setor aéreo devem usar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), conforme a situação.
Antes do protocolo da Anvisa, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou que “apoia a cobertura facial para passageiros (máscara ou lenço, cachecol) e o uso de máscara para membros da tripulação à bordo das aeronaves, como parte essencial de medidas de biossegurança a serem implementadas temporariamente quando as pessoas retomarem as viagens aéreas”.
Assim, as Cias aéreas estão oferecendo máscaras e luvas aos seus funcionários, incluindo os tripulantes das aeronaves.
Funcionários e equipes da Vigilância Sanitária nos aeroportos continuam atentos e aptos a identificar casos suspeitos de Covid-19. Nesse caso, o passageiro deve ser retido e orientado a seguir em isolamento domiciliar ou quarentena.
Ou seja, para quem tiver sintomas que possam ser associados à doença, o melhor a fazer é adiar a viagem.
Segundo a ANAC, as orientações em vigor desde Janeiro, que já determinaram o distanciamento de pessoas, a higienização reforçada de aeroportos e aeronaves e o uso dos equipamentos de proteção individual pelos funcionários do setor aéreo, continuam valendo.
Além de detalhar essas medidas, o novo protocolo traz novidades.
Serviço de bordo pode ser suspenso para reduzir risco de contágio por coronavírus

Uma dessas novidades é a recomendação para que as companhias aéreas não ofereçam o serviço de bordo nos voos nacionais. Essa medida já vinha sendo adotada pela Gol Linhas Aéreas Inteligentes, por exemplo, com o argumento de reduzir o risco de contágio.
Mas, para as companhias que quiserem manter a oferta de alimentos e bebidas aos passageiros, a orientação da Anvisa é que priorizem o uso de embalagens individuais e higienizadas antes do serviço. O mesmo critério deve ser adotado nos voos internacionais.
Entre as principais cias aéreas com operação de voos nacionais, por enquanto Latam Airlines e Azul Linhas Aéreas Brasileiras mantêm a oferta do serviço de bordo, porém de forma simplificada e com higiene redobrada.
Naturalmente os passageiros podem retirar a máscara para comer e beber, devendo recolocá-la imediatamente depois.
Coronavírus: distanciamento e desinfecção para tornar mais seguro viajar de avião
A reorganização dos espaços nos aeroportos, para embarque, desembarque e movimentação dentro das aeronaves também deve seguir as medidas do protocolo da Anvisa.
A principal delas é a distância de dois metros entre as pessoas em todos os espaços dos aeroportos, para tornar mais seguras as viagens de avião.
Aquelas pessoas impacientes, que mal o avião pousa já ficam em pé, terão que ficar sentadinhas até que todos das fileiras à sua frente tenham desembarcado.
Pensando nisso, a Cia Azul anunciou a instalação do “Tapete Azul” em outros dezessete aeroportos até o fim do ano, além do Afonso Pena, em Curitiba-PR, em teste desde Fevereiro.
A tecnologia, pioneira no mundo, contribui para garantir o distanciamento social durante o embarque, já que os passageiros ficam a quatro metros de distância entre si.
Um tapete virtual colorido e móvel, projetado no chão, convida a pessoa a se posicionar e seguir na fila de acordo com seu número de assento. Os testes do sistema já foram iniciados também em Goiânia-GO e no Aeroporto de Viracopos (Campinas-SP).
A desinfecção de toda a área de movimentação de passageiros, pontes de embarque, aeronaves, ônibus, entre outros espaços comuns, é um ponto importante. Para isso, está sendo usado um desinfetante hospitalar e outros materiais indicados pela Anvisa, como o álcool 70%.
As aeronaves são limpas a cada voo, com ênfase nas áreas em que as pessoas colocam mais as mãos, como descanso de braço, persianas, telas e mesas.
Esse álcool em gel 70% também deve ser disponibilizado aos passageiros nos aeroportos e dentro dos aviões.
Aéreas incentivam check in online
As Cias aéreas estão incentivando ainda mais o Check in online e o cartão de embarque digital. Assim, além de ganhar tempo, contribuímos para evitar aglomerações em filas pré-embarque.
Outra dica importante, desde sempre, é marcar as malas despachadas, para facilitar a identificação na hora de retirar da esteira e evitar tocar na bagagem de outra pessoa. Uma boa opção é amarrar uma fita colorida, algo que costumo fazer e ajuda muito!
Ar condicionado de aviões filtra bactérias e vírus, como o coronavírus
Mas e o ar condicionado do avião, não pode ficar contaminado com o coronavírus? Outro receio recorrente entre viajantes, no que se refere a coronavírus e viagens de avião.
Segundo a ANAC, todas as aeronaves das empresas aéreas brasileiras possuem um sistema de filtragem do ar conhecido como HEPA (High Efficiency Particulate Air).
Esse sistema, também usado em centros cirúrgicos de hospitais, deve entrar em ação a cada três minutos, renovando o ar e eliminando 99,7% das partículas nocivas à saúde, como vírus e bactérias.
Contudo, estudos divulgados pela IATA indicam que o risco de transmissão do coronavírus dentro dos aviões é baixo. Esses estudos de monitoramento de voos recentes, que incluíram passageiros com sintomas de Covid-19, concluíram pela não ocorrência de transmissão à bordo.
Uma análise mais detalhada da IATA com o rastreamento de contato de 1.100 passageiros, entre Janeiro e Março, que tiveram Covid-19 confirmada após viagens aéreas, não revelou transmissão secundária entre os mais de 100 mil passageiros nos mesmos voos. Apenas dois possíveis casos de transmissão do coronavírus nessas viagens de avião foram detectados entre membros da tripulação.
Coronavírus: é seguro viajar de avião? Distância entre assentos ocupados não é regra

Foi com base nesses dados, que indicam o baixo risco de transmissão à bordo, que a IATA se posicionou contrária à restrição de uso do assento do meio nas aeronaves como medida de distanciamento social. Além, claro, do consequente aumento de até 54% nos preços das passagens aéreas, o que restringiria o acesso a viagens de avião.
No entanto, a orientação da Anvisa é de que sempre que possível as Cias aéreas otimizem a distribuição dos assentos com o objetivo de manter espaços entre os passageiros. A exceção é para quem já viaja junto, como casais e famílias.
A Latam informa que, sempre que possível, o assento do meio será bloqueado.
A Azul busca adotar essa medida de distanciamento dentro da aeronave sempre que possível, mas acredita que outras medidas já em vigor, sejam mais eficazes. Entre essas medidas estão a medição de temperatura de tripulantes, a disponibilização de álcool em gel, luvas e máscaras e o uso obrigatório de máscaras por todos no voo
No mês de Maio, a American Airlines reduziu sua lotação máxima a 50% dos assentos em todos os voos da cabine principal. Resta saber se vai prosseguir com isso nos próximos meses.
A Air Canada anunciou que, de 15 de Maio a 30 de Junho, vai bloquear todos os assentos adjacentes (ao lado) na cabine da categoria “Economy”.
Já a Gol orienta seus clientes que, no momento da escolha de assento no voo, optem por lugares com uma distância segura dos outros passageiros.
Está aí uma oportunidade para que as empresas aéreas ofereçam algo a mais e conquistem novos clientes. A preocupação com a segurança e saúde dos passageiros, mesmo que signifique lucros menores, certamente fará diferença na retomada das viagens.
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Coronavírus e perspectivas de retomada das viagens de avião
Como todo mundo já sabe, o setor de viagens e turismo é um dos mais afetados pela pandemia e o transporte aéreo é o carro chefe, mesmo entre as viagens nacionais, já que o Brasil tem dimensões continentais.
Para se ter ideia, com a redução da malha aérea durante a pandemia, em Maio a queda na oferta de voos nacionais chegou a 90% e dos internacionais praticamente 100%. Isso porque os poucos voos internacionais foram para repatriação de brasileiros e transporte de carga.
Claro que ninguém por aqui está pensando em viajar agora, quando estamos no pico dessa pandemia. Mas o setor aéreo e outros turísticos, como rede hoteleira e atrações, já se preparam para a retomada quando for possível.
Então, com a perspectiva de um medicamento 100% eficaz ou uma vacina ainda distantes, em um ano e meio a dois anos, o objetivo neste momento é adotar medidas de biossegurança que reduzam o máximo possível a possibilidade de transmissão do vírus. A exemplo destas que detalhamos aqui hoje, para viagens de avião, que serão frequentemente revisadas e aperfeiçoadas.
No protocolo, a Anvisa desaconselha viagens enquanto houver a transmissão comunitária da Covid-19, especialmente para cidades ou regiões com maior número de casos confirmados e óbitos. Lembrando que essa transmissão comunitária ocorre quando não é possível identificar a origem da contaminação, vigente no Brasil desde 20 de Março.
Pandemia de coronavírus muda hábitos sociais e jeito de viajar

Então, voltando à pergunta inicial, sobre quando será seguro viajar novamente diante da circulação do coronavírus, a resposta é que a segurança total só virá mesmo com a vacina, como sabemos.
Mas enquanto ela não chega, podemos reinventar nosso jeito de viajar, da mesma maneira que temos mudado hábitos cotidianos e sociais.
Assim, a expectativa do segmento é que no Brasil as viagens sejam retomadas gradualmente a partir do quarto trimestre deste ano, quando se espera que o número de casos de Covid-19 estejam em queda por aqui.
Na Europa, alguns países já planejam a reabertura, começando com vizinhos, mas com a alta do Dólar e a possibilidade de novos surtos da doença, a tendência é que os brasileiros optem inicialmente pelos destinos nacionais.
Os preços estão convidativos, mas é fundamental que o viajante esteja seguro e bem orientado por um agente de viagens de sua confiança.
Humm, mas e se eu comprar minha viagem agora e quando chegar perto não me sentir segura para embarcar, perderia o valor pago?
Pois é, a insegurança de investir em viagens diante das incertezas da pandemia é outro fator que tem gerado dúvidas. Falo um pouco sobre isso em outro post aqui no blog, mas o tema merece ser revisto frequentemente.
Então, ficou com alguma dúvida ou gostaria de fazer uma sugestão? Deixe seu comentário aqui, que responderemos assim que possível!
Você pode ouvir parte do conteúdo desse texto no primeiro episódio da série “Viagens e Coronavírus” no Embarque40Mais Podcast!
Referências de “Coronavírus e viagens de avião”:
- Texto “Coronavírus e viagens de avião: o que mudou para maior segurança” redigido e editado pela jornalista e consultora de viagens Michele da Costa.
- Com informações das assessorias de imprensa da ANAC, da IATA, da Nota Técnica 101/2020 da Anvisa e das Cias aéreas mencionadas, disponíveis em seus sites oficiais em 21/05/20 ou por meio de suas assessorias de imprensa.
Parabéns pleo post, super bem explicado, gostei de saber sobre essas novas medidas.,
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Obrigado, Hebe! Que bom que saber sobre as medidas do setor aéreo para tornar as viagens mais seguras foi útil para você. Um abraço!
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Muitas novidades! Espero que esses protocolos mínimos sejam realmente cumpridos e, quanto a diminuição na lotação da aeronave, se houver, certamente seremos nós que arcaremos, infelizmente. Vamos torcer para a retomada ocorrer no último trimestre, né?
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Sim, Maria! E além dessas medidas de segurança para viagens de avião, tem uma série de protocolos que o setor de turismo está adotando para a retomada, quando for possível. Olha, enquanto a demanda for baixa, creio que as cias aéreas não terão dificuldade em alocar as pessoas longe umas das outras nos voos. Depois, vamos ver.. Obrigado pela visita! Cuide-se!
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As viagens de avião pós coronavírus vão ser mais difíceis para mim. Pretendo ainda viajar de carro por perto, para depois fazer viagens mais longas. Importante termos em mente todas essas diretrizes para poder colocar em prática de forma prudente.
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Oi Leo! Acho que a retomada das viagens vai começar mesmo com os turistas em seus próprios carros. Mas, como mesmo após a pandemia o coronavírus vai ficar em circulação e ainda vai demorar um tempo até a vacina chegar, acredito que temos que nos habituar a viajar de forma diferente. Tomando todos os cuidados, reduzimos muito as chances de contaminação. Essa é intenção com as medidas de biossegurança para viagens de avião. Um abraço!
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Nossa, só de pensar em entrar num avião dá um certo nervoso. Imagino que todas as medidas possíveis estão e vão ser cada vez mais implementadas, mas ainda assim não sei se vou me sentir segura de viajar antes de uma vacina / medicamento eficaz. Por enquanto, só estou planejando viagem de carro e para perto.
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Seu temor é compreensível, Klécia, já que a primeira coisa que a gente pensa sobre o coronavírus é que ele se espalhou rapidamente pelo mundo devido à conectividade proporcionada principalmente pelas viagens de avião.
Contudo, a gente sabe que quem carregou o vírus mundo afora foram as pessoas infectadas e, como deve ter lido no post, as pesquisas com casos reais de Covid-19 apontaram um risco muito baixo de transmissão à bordo. E isso, em período em que não haviam todos os cuidados que estão valendo agora.
Claro que é decisão de cada um, mas eu, sinceramente, não pretendo esperar uma vacina para viajar de avião novamente, uma vez que mesmo utilizando outros meios de transporte, durante qualquer viagem teremos contato com várias outras pessoas e ambientes, como em hotéis, restaurantes e locais turísticos. Aliás, esses outros segmentos do Turismo também estão adotando protocolos de biossegurança. Logo publicarei aqui.. Até mais! Bjs.
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Serão necessárias muitas medidas pra que possamos voar com segurança novamente né? Eu não sabia deste sistema de filtros existente nos aviões, fiquei mais tranquilo. Além de todos os procedimentos e cuidados citados na matéria o mais importante é a conscientização dos passageiros!
Acabei de ler também uma matéria que diz que estão pensando em proibir bagagens de mão, com permissão só de bolsas, ou mochilas que caibam em baixo do banco.
Enfim, vamos ver o que vem pela frente. Ótimo post!
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Oi Itamar! Muito obrigado!
Soube dessa discussão sobre a bagagem de bordo também. Não acho que seja muito válida como forma de prevenir a transmissão do coronavírus em viagens de avião, embora ajudaria a embarcar mais rápido e evitar tocar em mala alheia por engano. No entanto, acho que despachando as malas há bem mais chance de contaminação, seja pelos funcionários da Cia e aeroporto, seja por outras pessoas na hora de pegar da esteira, por engano. Então, além da tarifa ser bem mais em conta, viajar sem bagagem despachada, sempre que possível, é uma boa opção!
Sim, esse filtro já existia antes da pandemia, mas agora a Anvisa orienta as Cias aéreas a reduzirem ao máximo a frequência de troca do ar interno- externo (a cada 3 minutos), o que mantém o ar mais limpo. Essas medidas são constantemente reavaliadas, justamente com a intenção de aprimorar e aumentar a segurança. Vamos acompanhar.. Obrigado pela visita! Até a próxima.
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Acho que ainda vamos ter mais mudanças nos voos nos próximos meses. Eu é que não vou pegar voo longo nenhum nos próximos 12 meses… curto talvez, mas ainda esperarei mais uns 6 meses pelo menos. Tudo muito incerto ainda.
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Eu também, Fer, devo começar com voos nacionais, como a maioria das pessoas na retomada das viagens. Não por ser mais curto, mas pelas incertezas nas condições de acesso a outros países, além do Dólar alto! Um abraço!
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